Esvazio me na imensidão paraiso .. Tu

|











Levanto-me agora com o soar das horas

O céu está repleto de cicatrizes que choram comigo

Volto a fazer a cama, mais uma vez não estas aqui

Mas fito te do outro lado, quase sinto a tua mão

Um nevoeiro que me auxilia a faze-la

E sorris para mim, e recebes o meu sorriso de volta


Gélido, amargurado, nublado e esbaforido

Será que estou a relatar o tempo que faz agora lá fora?

Ou será que descrevo o que sinto depois de tentar

Mas não conseguir agarrar esse nevoeiro que és tu

Essa figura que não é presentemente real?


O teu espírito mais límpido que a mais pura agua

A tua perfeição mais fina que a mais branca das areias

E tal como a elas, não as consigo aprisionar

Por mais que tente, foges me por entre os dedos

Largando para trás apenas beleza e desejo de mais


Porque redijo tudo isto, cada vez mais?

Será que sou efectivamente eu a faze-lo?

Ou será a tua voz que vem ter comigo, encaminhada pelo vento?

E possui-me esteja onde estiver, e me faz escrever e tremer?

É isto o que sentes, desejas e almejas? Eu é


Não desejo que esperes muito de mim

Pois eu só te desejo dar este mundo e outro

Não te imploro por muito mas

Se me deres uma rosa

Eu sei que te darei um jardim


Dou por mim a fazer o pequeno-almoço

Olho para trás e vejo te deslumbrante

A examinar os teus papéis, a beber da tua chávena

Fitas me docemente, enquanto te acaricio o cabelo

Mas não passa de uma faísca efémera do que pode vir ser real


Penso no tempo que ainda sobeja

Para acordar contigo a meu lado e te beijar

Para me ajudares a fazer esta cama onde sonho contigo

Nunca vi a terra prometida

Mas acredito que juntos vamos lá residir

Tu e eu para sempre amantes e livres.


Ainda não te disse hoje, mas digo-o agora

Amo-te



0 comentários: