Pequenas ilusões temporais

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São pequenos pormenores de cetim
Que me apertam a garganta muda do teu nome
O teu cheiro nas minhas mãos vazias
Este sufocar que murmura baixinho
O vazio da casa em mim no gelo do teu silencio
Nem dou pela passagem destes sorrisos sobre o meu rosto
Que teimam em me tentar limpar a alma.
Queria tanto pegar nestas lágrimas e verte las num flute cristal
Brindar a troca do meu futuro pelo nosso
E é por isso que perco as noites
A olhar para os teus olhos cegos de mim
Num cintilar de desejo...
Te inundasse o peito com esta paixão
No momento em que deixasse cair o meu olhar no teu

Foto: www.olhares.com/maryLanda

Brilhante e colorida sinfonia

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Num calmo e solene pôr-do-sol
Contemplo a orquestra de estrelas que se vai compondo
Sob a batuta de um maestro louco,
Numa sinfonia diluída em estrondosos olhares,
Sinto as palavras ficarem mudas
O doce do teu rosto espalhar-se na minha pele
O teu beijo mergulhar-me no corpo
Por dentro ganhar asas enquanto te abraço
E te elevo no céu... ai ficar contigo
Suspenso na imensidão do teu cheiro
De algodão doce
Que me dá uma vontade de te despir a alma com a boca
Sentir o teu mel lentamente a percorrer o meu sangue
No teu olhar sentir o teu sonho veludo
O teu sorriso rebentar em lindas cores no céu
Nos lençóis onde nevava o teu vazio
Cai agora o pó de um terramoto.
E hoje enquanto me dirijo à janela do quarto,
Onde antes tinha pendurado o meu mundo à tua espera
Espero agora eu pelo sinal da batuta
Para com um tom cósmico de voz
Explodir um amo-te
Existirá algo mais livre que ser teu?
Um hino de liberdade soa quando me prendo a ti
Ouves?

Foto: www.olhares.com/paulomed

Teatro sem sonhos

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Acordo lentamente..só e fria num sombrio amanhecer
Envolta numa teia negra sem sabor
Ouço o cintilar das notas de revolta mas não as vejo
Quase sinto o amargo de mais um dia presa em mim...
Que foi feito de mim...tantos sonhos agora esquecidos
Nem sonhos foram...apenas desejos numa noite chuvosa
Aperta me o peito num vazio
Na cabeça lateja o pensar sem liberdade
Vem me a memoria dias cinzentos sem esperança..sem medo de perder
Sem medo de ganhar...nada tenho em jogo
Se tanto posso ser o dado que rola docemente no veludo da vida
O meu corpo um simples invólucro de um dia passado
O meu coração esse há muito tempo que não sinto bater
Gelou com o frio da minha própria censura do errado contra o certo
Onde pairam os anjos que me deviam abraçar?
Deixo então que os raios de sol me beijem a face
Não lhes sinto o sabor nem calor
Apenas quero ficar no silencio da minha inocência
Presa neste teatro, numa personagem sem vontade própria
Quero saborear a liberdade...quero sentir o toque de me soltar de mim
Mas cada vez que me tento soltar a teia...essa
Prende me com mais e mais força..
Numa melancolia previsível onde eu sou apenas o que ela me faz
A minha sombra apenas a imagem que ela quer que eu seja
Tira me a vontade de me levantar para mais um dia
Acordo lentamente..só e fria num sombrio amanhecer
Mais um dia...mais uma nota solta
Passeiam se nas paredes...já nem elas me dizem nada
Tudo parece sedento de liberdade
Tal como eu...Procuro a minha liberdade numa teia de passado
Quero por uma vez sentir a liberdade de não saber o amanha...e ser feliz
Desenho-me então feliz na areia e espero...
Talvez amanha eu seja livre ...até amanha

Foto : Especialmente cedida pela Platy

Perdidas as memorias

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É dentro dos teu olhos
Que nascem os dias e esmorecem as noites
Nos teus sonhos que já não tenho
O meu sangue amadureceu enfim
Depois de tantas viagens as cegas à procura de nos dois
Embarcados num amor a deriva que finalmente afundou
Deixou no leito do mar todos esses tesouros
Os pulsares estridentes e ofegantes
Suspiros risonhos e loucuras vincadas na pele
As memorias de me desmontar na tua boca
Memorias costuradas por ti ficam agora para ser apenas ....
Um farrapo.

Foto : www.olhares.com/Gracinha

E amanha ?

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Vamos adormecer neste nosso passado
A lua esta fria de um luz que reflecte o nosso interior
Nas impressões que te deixei no corpo
Não sabes o quanto me custou ignorares este amor
Nem tão pouco te importou olhar para o lado
Mas agora sou eu que te ponho a venda
E te drogo com o veneno das nossas memorias
Para que sejam elas ultima coisa que vejas
Fui reduzido a promessas
E agora que a venda escorrega da face
E a corda se liberta com o teu deslizar de corpo
Trago te me mais um pouco mais deste veneno
Vou te marcar o corpo com as nossas lembranças
Prometo que não vai demorar muito
Mas esta noite vou esperar que adormeças nas nossas memorias
Para que eu seja a ultima coisa que vez
A medida que vais perdendo a consciência
Vou te enchendo de nós desde os teus lábios
Ao teu coração...tudo o que queria era mais um beijo
Vais perdendo a consciência e eu ganhando confiança
Hoje a noite vou esperar para te envenenar com as nossa memorias
Hoje vais adormecer rápido...
Espero apenas que seja a ultima coisa que vez
Amanha não te lembraras de mim...nem eu de ti
A ultima coisa que verás seja eu

Foto : R. - a anonima lol

Grito para dentro de mim

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Ecoo gritos mudos para o mundo
Será que existe alguém que me viva como eu
Sempre me senti perdida e sem querer ser ser salva
Mas agora derivo em raios do sol
E se me encontrares e porque estas como eu...
A procura de um amigo para fim do mundo
Nada disto deveria estar pintado na minha pele
Tenho 23 anos e com tudo para viver
Mas hoje só quero estar fechada dentro de mim
Acordo antes do sol...sem me poder esconder
Agora que chego ao fim da minha estrada...
Olho para trás ninguém esta a pedir confissões
Ninguém para me dar rosas em troca de segredos
E fico perdida no passado...
Não me posso voltar a esconder ...é o fim do meu mundo
...sem intenções de aceitar o caminho... o fim do meu mundo
**
Mas esta voz que me jorra da mente
Começaram com o descer da lua que me descobre
E me mostra mais um sitio onde posso ser eu
Que me agarra no colo enquanto caio desamparada
Quem me levanta sem reflexo do meu passado
E me fala...a mim do passado ...de outras estações
**
“voas acima da tempestade...
De que serve ao sol brilhar e sorrir
Se a sua mais bela flor não esta para o receber .
De que serve ficar para trás em palavras que nunca acabaram
E em sonhos reflectidos num espelho do passado”
**
Estou no fim do caminho...e as estações passam
Posso ser até curta de palavras
Mas longa em coisas quero dizer
Queres tu rastejar em para o meu mundo?
Pois estou mais baixa do que aquilo que não te consigo dizer
Se um dia me vires fora de da minha sombra
Fica a saber que me olho com mais saudade do que fui
Mais do que anseio ser um dia
E fico assim perdida em estações passadas
Em palavras que ficaram por dizer
Olho o cair da lua na minha face... na agua o que fui reflete em prata
Em palavras que nunca encontrei...rolam as estações...meu amigo
Em sonhos que nunca fui e me perco no passado
E as estações rolam ao meu lado.

Foto: Platy

Nunca soube dizer adeus...

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Já imaginaste este amor

Se ele fosse apenas um sonho como eu e tu?

Vivendo amarrado num corpo...sonhado por nós...

Pois eu já...

Mas ele é um amor já doente e acamado

Imagino-me sentado soleira da sua porta...a nossa porta

Sentido o teu cheiro...e entrei para o ver

E falamos sobre ti toda a noite

Quando a manhã me caiu na cara

E os seus olhos se fechavam

Disse-lhe apenas que te amo.

Mas ele esta a morrer numa cama fria

Onde tu ...com o teu amor mel

O trouxeste a vida por mais um pouco

E eu ...numa sombra sem virei costas

Não o suportava ver assim....

O meu medo de dizer adeus

...

Mas enquanto tentava fugir

Ele com a tua nova vida

Agarrou-me pelo ombro e disse numa voz doce

Tenta...porque sei que se tentares...a nós nunca irás nos falhar

Sei que estes últimos oito meses têm sido difíceis

Tenta...talvez seja altura de saires do teu deserto

De caminhares em direcção ao sol

Mesmo que ele também brilhe sozinho

...

E aqui estou num hotel no horizonte do pôr de teu sol

Sentado a deixar os pensamentos jorrar nestas palavras

Lá fora olho apenas o horizonte com o teu sol

Tão sozinho...e vejo duas estrelas madrugadoras

Como se fossem os teus olhos

Neles vejo os teus olhos ...mas será que tu vês os meus?

Porque afinal que tenho eu a perder?

Se falhar....falhei mas ao menos tentei

Chegou a altura de abandonar esta falésia solitária

E abraçar este sol mesmo que ele continue sozinho depois

A brilhar o teu amor de doce pôr de sol...dourado de mel

Consegues ver os meus olhos?

Sabes ontem sentei me na soleira da porta do nosso amor

E só soube dizer o quanto te amo..


Foto : www.olhares.com/Melissa21


Sol e sorrisos

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Soletro apenas memorias

Num salgado texto lacrimejado de paredes vazias

Num sonho eterno

Luares que iluminam a eternidade sem sono

Mas e se podesse dormir para sempre?

Partir em cacos o silencio gélido

Sonhar uma loucura

Dias em engano no teu ouvido

Ouvir te chorar e apenas sorrir por te ter

E ouvir te amor e dizer...esqueço-te... ate amanha

Num beijo dizer que te amo

E receber um amor sem beijo

Aproveitar o sabor do desejo sem te provar

E me condenares a morte sem te pecar

Mas que me digas adeus com a palavra amo-te

E assim poderei partir sabendo o teu adeus nessa palavra esquecida

É apenas uma sonho...uma palavra

Talvez um dia

As flores te beijem a face numa qualquer escada

Vestida num branco que te sonho comigo...

Talvez ai te esqueça por fim

Numa ultima gota desta maré sombria

Saborear na sua espuma o teu sorriso eterno

Chorar neste mar aquilo que já não sei...

Já não sei como te amar

Tal como este sol eu me esvazio

De tanto amar já nada sou que não tu...tal como este teu sol


Foto: www.olhares.com/luisafonso



Amanhecer cinza

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Vivi o sonho dentro de mim
Envolto em luz derramada do céu
E deixei me voar nele...no seu perfume...no teu olhar
Um perfume que cortava a garganta
Tentei respirar as memorias na proximidade das palavras
Agarrar-me na cumplicidade de um beijo
Para apenas acordar em pedaços num morro de tulipas já secas
Voavam solitárias num vento forte e gélido
Que friamente me tatuou chuva no olhar...
Sabes...nestes acordares cinza de frio azul
Sinto todo o meu corpo a gritar por ti
E por momentos esqueço-me por que te perdi
Sento então na janela e deixo que me beijes em raios de sol
Mas ainda sim sinto a tua falta...
Que vou eu fazer depois? quando te abraçar no final...
Onde enterro então esta rotina doce de te esperar.

Foto: www.olhares.com/mjamorim6

sayoonara ai

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Suki dewa arimasen yume shiru
Estou preso ai...sinto falta do teu calor
Preso nas memorias que para ti foram apenas passageiras
Para mim um mundo de verdades
Afastei tudo quanto te amava
Numa tentativa de afastar-te para o passado
Seres um folha esquecida...mas não consegui escrever para alem dela
Olho-a e perco a vontade de a virar
Preso nesse instante...nessa memoria
E agora que me afastaste do teu
Sinto um vazio enorme...como se nada fosse real
Nem esta chama que me consome de te ter deixado partir
Nada já me parece real...nem tu.
Procuro te numa luta comigo próprio para encontrar apenas as tuas pegadas
Já quase apagadas...e morro mais um pouco em cada uma delas
Porque me afastas-te ? porque não brilhas mais nas minhas manhas
Tou cansado...apenas cansado de encontrar este vazio.
tenshi midori ai wa deru shinzoo

Foto : aquela que te falta...o adeus

Culpa inocente

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Num acesso de memória mais forte que o corpo,

Onde a idade desvanece sobre um telhado imoral

No silêncio onde o corpo fica… e a mente vagueia para longe da dor.

A conspiração do silêncio a única fuga,

Um segredo perdido debaixo da árvore milenar,

De uma família que vive e morre numa sombra futura.

Um amar que te demonstram enterrado num segredo

De sonhos perdidos e princesas mortas,

Onde o príncipe chega sem armadura reluzente.

Contos de fadas destruídos nos lençóis manchados

De sangue de uma família de gerações perdidas.

... Apodrecem as bonecas na mente inocente

Os quadros de super-heróis perdem a sua força

Envoltos em ratoeiras de amor onde reina o ódio.

Este segredo enterrado nas raízes da árvore familiar

Presente em todos os jantares de olhares suspeitos

E risos sombrios de cumplicidade demente

Onde a vergonha suplanta a vontade de justiça …

Mas agora que os dragões já não fazem parte do teu imaginário

Onde os cavaleiros são bonecos que se perderam no sótão,

O mesmo onde a inocência morreu no meio de bonecas sem olhos.

Fadas são só os desenhos juntos dos rabiscos de tortura

Num caderno que devia ser um diário

Tornou-se apenas num esboço de dor dia após dia.

E hoje que o dia te tornou adulta... irá a força perder para o passado

Serás tu a mostrar que o círculo se mantém?

Ou apenas uma vítima silenciada?

Onde o ódio, se mantém nas paredes da tua culpa sem nexo,

Carregas num coração vazio de moral... para proteger o que?

Aqueles que te deram apenas uma infância de inferno constante.

Será que a verdade irá germinar à volta da árvore familiar?

Um segredo só teu... uma menina de infância rasgada

De uma mulher com o futuro enterrado no passado.

Foto: www.olhares.com/paulomed

Sem fé nem pecado

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Sou alguém que caminhou sozinho

Sem tempo para misericórdia, sem vontade de perdão

Remorsos algo que sou culpado de não ter

Tenho o cuidado de me proteger

Não quero ser infectado por algo que me diminui

Ainda assim não passo de uma doença social

Um imoral sem deus nem credo

Se estiver certo não perco nada

Se estiver errado perco tudo o que vivi

Perseguido por todos que me rodeam

Ergo paredes que me querem prender

Para o final que se aproxima vertiginosamente

Mas, e se eu sou realmente apanhado

Culpado de todos os medos

Sentenciado por algo que não acredito

Sou a mente rebelde...um fugitivo demente

Numa confiança perdida talvez....

Mas quem és tu para me julgar?

Se me fizeste a tua imagem....então nada é o que parece

A sujidade que me enche os olhos és tu

Nada mais que luxuria me deste

Repetido uma e outra vez numa verdade que não confessas

Numa sinfonia de duas mentes perdidas nesta cidade

Um purgatório que ninguém quer ouvir

Decides quem nasce e morre...eu apenas revivo esta tua lama

A tua ansiedade...Numa rua onde ninguém se da ao trabalho de dizer ola

As despedidas essas envoltas em cerimonias que se perdem no ar da memoria

Dizem o teu nome na escuridão da noite

Mas agora é muito tarde para te dizer que te abraço

Por isso escolho caminhar sozinho

Pois sei que se te apertar a mão

Tu vais me cortar os dedos

Não acredito no teu julgamento...afinal quem e que te nomeou juiz

Se tu decides quem é o culpado e a vitima

Encenas tudo num palco viciado

Em que as consequências recaiem apenas nos teus fantoches

Sou culpado apenas de me perseguir em pecados em que me deixas sem protecção

O que é teu e também meu

Se estiver certo ganho uma vida

Se estou errado perco tudo

Esta é verdade de quem aqui chegou sozinho

A verdade que te vai deixar de joelhos a ti

Enquanto eu te renego e caminho sozinho


Foto: www.olhares.com/Gracinha

Ending post

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Ganho consciência de ser abatido por mim e fujo...
Onde a única floresta que me esconde é a indiferença
Um cheiro de medo...um rasto deixado no trilho da vida
Talvez queira ser apanhado...
Cada passo que dou é em direcção ao engano e desconhecido
Perdido num lugar onde as indicações me rodeam
Mas que eu finjo não ler
Quero voar sobre elas...suspenso num nevoeiro de pequeno deus
Que sabe que não morre...apenas vai morrendo....
Ate que o dia chegue...
Que ao meu comando todos desapareçam
E o meu corpo respire apenas um ar de morte
Onde o céu se vai deitar ao meu lado
Um pobre semi-deus...que viu o que queria ser e não gostou
Num arrepio de inverno, desejei o verão
E apenas desapareci...estarei errado?
Sobre um céu que acolhe todos que o olham
E desvanece na noite indiferente ao mundano deus
Amanha outro deus morrerá
Embriagado pelo poder ontem desesperado por a falência de valores
Estaria eu errado...estaria assim tão longe de casa
Deixado aqui sozinho no meu engano.
Podias tu me ter salvado? Podias me tu ter julgado?
Podias? Querias? Terias me tu tentado salvar?

Foto: www.olhares.com/mjamorim6

Presente da sempre verdinha esmeralda amiga

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Informações sobre o Prémio Dardos:

“Com o Prémio Dardos se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web. Quem recebe o “Prêmio Dardos” e o aceita deve seguir algumas regras:

1. - Exibir a distinta imagem;
2. - Linkar o blog pelo qual recebeu o prémio;
3. - Escolher quinze (15) outros blogs a que entregar o Prémio Dardos.

Bem agora a parte mais porreira dar este premio :

http://soproausente.blogspot.com/

http://ospequenosdetalhes.blogspot.com/

http://simplespalavras27.blogspot.com/

http://teusonhomeu.blogspot.com/

http://piecesofalife7.blogspot.com/

http://coltblade.blogspot.com/

http://silent-diary.blogspot.com/

http://almasdchocolate.blogspot.com/

http://zendomundo.blogspot.com/

http://ferrodepassar.blogs.sapo.pt/

http://umportoputativo.blogspot.com/

http://miudamaizomenos.blogspot.com/

http://memoriesofatime.blogspot.com/

http://palavrasassim-assim.blogspot.com/

http://www.lupanardopensamento.blogspot.com/


Obrigado a todos por partilharem coisas tao belas.


Tribo sem deus

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Sinto a minha alma sair do corpo
Vaguea em sacrifício num mundo negro
Procura o regresso ao primitivo humano
Onde o odio se mistura com deus
Sangrar a crença em troca de esperança
Sinto a alma perder o brilho
Agora que perdi toda a esperança
Perdi também o medo
Não tenho de me justificar
Tiraram me a esperança e o medo
Renasço das minhas raízes ancestrais
Persigo o odio e cuspo no inimigo
Não pergunto por motivos...apenas vingança
Salta...não sao balas...
Grito desespero e raiva
Mostra-te vou te atingir com algo mais forte
Descrença....odio...sem medo...sem esperança
Tudo me é permitido.
Cumpre-se assim a profecia de morte
Numa execução sem julgamento de consciência
Arde num combustível que não é mais que o odio
Tribo sem deus..sem esperança..sem medo

Foto: www.olhares.com/maryLanda

Ultimo Chuto

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Se ao menos me lembrasse onde deixei as coisas serias
Onde me foi apresentada a crueldade das consequências
Que a vida não passa de um jogo simples e maquiavélico
Quanto mais sérias as ruas se cruzam no caminho
Mais fortes se tornam as cartas jogadas em vão
Inocente, não vi o quanto custava ver-me sangrar
As coisas que ficaram por fazer
Tão pouco que consegui atingir...o negar dos meus pequenos planos
Todos os meus sonhos...apenas esboços de cabeceira
Quem diria que ver o quadro da minha vida
Me faria sangrar tanto purpura em algo tão cinzento
Se ao menos soubesse eu onde esta exposta esta pintura
Podia-lhe apagar tudo o meu coração..para que não quebrasse
Se as ultimas palavras fossem minhas...seriam que vos amo
Com um sorriso apenas deixar-me ir....sem corpo viver em sonhos
Nas memórias de alguém que tentou mas não conseguiu
Mas não são minhas...não, são palavras ditadas a ferros por um qualquer homem
De negro e com fé num deus que nunca encontrei
O quadro não o pintei ...deixei que o pintassem cinza sem me opôr
Numa mistura de sangue com submissão
Com uma tinta de oleo de papoila sintética
Não me custa partir desta dor...mas saber o que deixo
Todo este querer e não conseguir
Só assim me vou libertar destas paredes que me amedrontam
De todas sombras que vivem em mim após cada agulha
De todas tentativas falhadas...de esperanças destruidas
Só assim me libertarei destes olhos sem vida
Das dores de resistir ao enfermo da desilusão
Da rotina de mais uma última e quente sensação de paz...todas as vezes ...a última
Se eu soubesse onde deixei todo o meu mundo
Aquele de onde me vou libertar por amor..não a mim ...mas a quem me ama.
Que me liberte então agora deste corpo partido
Em pequenos pedaços de dor espalhados neste chão frio
Numa qualquer casa já sem telhado...frio e sem alma
Vejo que afinal estou pintado em todas estas paredes...
E num ultimo olhar...me deixo aquecer na agulha...
Sem vida, olho o corpo que apenas quer ser uma memória alegre do vosso amor...........
Quando me leres sorri estou vivo em ti...feliz por me abraçares no vazio...da minha partida


Foto: www.olhares.com/Maddie


Dialogos passados.

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Mais um dia como tantos outros

Um dia em que posso sentir tudo isto a navegar nas tuas palavras

Pensar em tudo que descobres em mim na tua partida

Sempre te olhei cega sem perceber

Entras e sais da minha vida

Trazendo para mim apenas a dor de carregas

Onde se fecho a porta tu bates lhe com ainda mais força

Quando pensava que eras só meu...afinal não era mais que um outro presente

Sem perceberes que brilhavas na minha vida...

Bem vindo a uma vida sem farol...

Sentada a amargo tomar o café sozinha na tua presença distante

Mas se sou tudo o que os teus sonhos desejaram

E já que te perdestes neles ao menos fica mais um pouco

Onde os meus olhos vêem apenas o mundo voar longe

Feito de coisas que nunca perceberei

Observo o mundo passar me a frente como estas ondas sem sentido

Feita de sonhos meus enquanto tu te sentas ao lado deles

No momento em que ergo e caminho sozinha neste mundo

Por mais tente mentir os meus olhos ainda te amam

Sou tão verdade quanto as minhas mentiras me revelam num olhar

Sou tão real e como este céu de manha de outono onde nasci

Caminho agora sozinha nesta manha contigo ao meu lado ausente

Sou todos os sonhos que desejaste mas nunca intendestes”

Vens em nome do amor que procurei numa verdade escondida

Vou vive-lo até ao fim

Longe nessas manhas em que te deixei livre

Para te agarrar nas minhas noites só

Em que sozinho me perdia nas teus labirintos

E depois de tudo que te desenhei ainda te escondes

Então não queres é viver a verdade dessas manhas...

Se depois do ontem ter acordado não olhas docemente para este futuro...

Então todas estas manhas são inúteis sem ti.

Vou só sem ti mas com um enorme teu palpitar em mim

Liberta-o agora já sabes o quanto te quero e respeito...amo


Foto: Cedida pela Ginjinhas Estrelinha "my personal model"

Um abraço para tu


Novo amanhecer

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Corro como todos os dias…apressado

Para chegar mais uma vez ao meu sonho contigo

Ao nascer do sol antes que ele embata no mar

Ver as luzes desta cidade apagar uma a uma

Enquanto o sol se levanta

No céu, o rosado quase paixão

Tento chegar ao mar antes que o sol o beije

Para ver toda esta cor ao teu lado

… Como era bom andar de mão dada contigo agora…

Desfilar contigo nesta praia…neste mundo

Ver esta beleza…ver te dançar nas fábulas do teu mundo

Acompanhar-te nos sorrisos dos contos sobre o meu

É neste raiar que mais sinto a tua falta

Ou será do nosso amor? De tudo que vivi?

Das manhas submersas neste mar

Onde contigo dancei…neste mar que te amei

Enquanto a nossa volta voavam luzes de sonhos

No teu olhar o brilho de esperança

No meu brilhava o meu mundo…e junto dançava-mos

Suteki watashi wo kanojyo da ne

Calmo como eu na tua felicidade

Parto agora para o meu mundo

As luzes já se apagaram…o dia nasceu

Com o sol ávido beijou este mar…só teu

Até amanha meu amor…ate amanha meu mar...um dia seremos um

Numa qualquer onda ou espuma que rebenta

Numa maré ou num oceano

Seremos novamente….agua e luz. Até amanha meu amor.


Foto: www.olhares.com/Alba



Historia entreaberta

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Esta será sempre a minha historia
Ver chegar as horas lentamente
Chegarem aquele momento de regresso
Ao tempo de recordar tudo
Os adeus que tantas vezes se trocaram fingidos
Olhando as estrelas e a desejar sempre mais
Tal como hoje as olho
Elas que tentam sem sucesso secar me o rosto com a sua luz
talvez tenha encontrado tarde demais este arrependimento
E agora não podes ouvi-lo
Apenas o digo ao vento e ao luar
Lamurios cegos que te procuram longe
Num reino imaginário onde vives agora
No qual eu entro devagar em sonhos
Vivo ai para adormecer da vida ao acordar
Mas sei que um dia o sonho vai acabar
Que os teus olhos verdes se despedem de mim
Deixam escapar saudades e se apagam em tristeza
De um sonho que um dia vai acordar
O dia de chorar na terra vermelha
Que me aperta mais e mais
Mas sei que nunca irei abrir as portas aos lugar onde um dia vives-te em mim
Já nem sei dessa chave nem tão como como se abrem
Esta será sempre a minha historia.

Foto: www.olhares.com/paulomed

Carrocel de memorias

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Por entre pensamentos e vazios de alma
Surgem desejos estridentes na boca
Palavras soltas cobertas de amor
Que te despejei tantas vezes..agora apenas um nada
Estão vazias do seu destino...perdem o seu sentido
Sao agora apenas um vazio de razão
Por mais que me tente erguer
O meu coração permanece de joelhos...
Debruçado neste segredo só nosso
Que teima em partir o tempo em dois
O passado feliz e o futuro incerto
Mas onde a esperança é apenas um sonho
Ainda assim por mais que me erga e fuja
A minha alma fica imóvel em ti
Agarrada ao coração estendido no chão...
Onde espera mais um abraço vazio do teu ser
Mas que o enche ainda e o faz girar
Num carrocel de infância...apenas feliz em ti
Onde tu és também a musica e o algodão doce.
Que me adianta então fugir?
Se ele vai ficar para trás...

Foto: www.olhares.com/kp4050

Drug Queen

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Sabes ate o céu pode ser uma prisão

Tu és o meu… e estou preso a ti da mesma forma que tu a mim…

É uma prisão…em lugares secretos

Com muitas coisas ainda por descobrir

Com sorrisos nas nossas faces

E a dança das nossas almas cada mais forte…nessa prisão…nesse paraíso



Por vezes pergunto-me se és capaz de ler isto tudo que escrevo?

Ler este diário cada vez mais vazio de palavras

Se sentes as palavras que me entretêm na tua ausência

As minhas crenças dizem me que não …então porque as alinho aqui?

O meu amor diz que sim

E quando se adora todas as certezas são ilusórias

As fantasias apenas o nosso mundo

Por momentos pensar que as lês…

Saberes que nunca te esqueço

Correr para cada esperança vã

Mas que ainda assim se apodera de mim

Tentar saber o que sentes quando te escrevo tudo isto

Se te assustas? Ou apenas te encolhes por me fazeres sofrer.

Sabes, por vezes gostava que o teu espírito se converte-se real

Mas assim aqui continuo…sempre a espera que respondas….

Foto: www.olhares.com/Gracinha

Onde foi isto?

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São ainda muitas as vezes que cerro a razão

Que adormeço do mundo ao fechar os olhos

Sons do passado que vagueiam em mim

Deslumbres e sombras de eras perdidas

Sonhos de futuros por realizar…

Mundos e fantasias perdidas em mim

Vagueiam em espaços na minha mente

Sentimentos recalcados e apagados

Sem tempo para viverem em mim

Trazidos em sonhos de outro mundo…feliz

Mas será que estão assim tão esquecidos?

Todo este amor por ti apenas passado

Porque então me perseguem assim

Deixando em mim um vazio de vencer

Um estrondo de amor perdido mas por esquecer

Será que servem apenas para trazer a raiva

Quando o tempo passa e desejamos tudo ter findo

De voltar a sentir a fragilidade da vida

A fugaz passagem que existe em nós

Que o nosso amor não passa de um sorrido

Breve mas lindo sorriso no tempo do universo

A tua vida um dia e eu a solitária noite

Longa e só por saber que mais não iras nascer

Mas é nestes momentos que sei que nada é o agora

Serei sempre teu

Fui no passado teu e tu minha, fomos apenas um só

Serei teu para sempre

Nesse céu onde vives

Onde voltaremos a ser um.

O agora não existe apenas me assombra.

O agora é nulo e serve apenas para sentir tudo.


Foto: www.olhares.com/Maddie


Sempre esse lugar verde

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Salvo por frases ditas em chuva
choros sem sabor de sal
em túmulos que ficam para trás
Lágrimas que ficam por chorar
Caminhos que foram sem mim
Fechados no teu raio de sol
Adormecido em relva verde
Gravados em pedras cinzentas como eu
Repletos de cor como o teu amor
Rosas negras deixadas por mim
Levados pelos arrepios na minha espinha
De recordações de melhor dias passados
Mas sei que sempre que que não veja luz
deixar de sentir a tua cura
O teu sorriso a estilhaçar na minha pele
Sei que posso sempre voltar a ti
E tudo esta bem
Sem dor, sem desculpas...encontrar o rumo
Sempre no teu banho de luz
No mais doce brilhar de sol
Mesmo que a noite o faça por vezes desaparecer
És o meu nascer de sol...sempre foste.
Porque sei por onde for
Todos os lugares...tu vais lá estar
Vais florir meu doce sol...sempre verde...meu amor.

Foto: www.olhares.com/Gracinha

Escuro dia

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Foi assim que me atingiu o mal
Vejo que nem tudo é sempre rosa
As nuvem negras da maldade
A solidão dos longos..longos dias
A angustia que me invade profundamente
Trazida sempre pela lua que me aconchega
O desespero da minha imagem no espelho
O meu quarto um lugar para o esconder
E deixo me ficar para trás
Com palavras que nunca te direi
Durmo com o negro dos lençóis brancos
Vazios dos teus sonhos
E deixo me ficar para trás...
Com as tuas sombras a saírem da cabeça
Enquanto fico perdido no seu brilho
Não mais voar por entre relâmpagos
Sobrevoar a tempestade do teu corpo
Assim se passa mais uma estação
Ver te devagar e viciante
Rastejar na minha alma
E roubar o pouco do resto do meu mundo
Prenderes as minhas palavras
Quando ainda tanto tenho para contar
Das vezes que fiquei ao lado de mim
Sem saber por onde andei
mas...ei...amei
Estou perdido..mas amo
Fico para tras com palavras nunca mais encontradas
Ficaram para tras contigo...


Foto: www.olhares.com/luisgbatista

Foi ontem

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São pequenas bombas
As memorias dos teu beijos
Rebentam em todo o meu corpo
Ferem-me e destroem a alma
Percorrem este ser
Deleitado nas tuas memorias
Nos meus olhos
Apenas um farol ténue
De brilho já gasto
Tem sonhos nunca concretizados
Mas saudosos de esperança
Despedem-se de ti
Fogem de mim
Sem remorsos
Sem olhar para trás...Adeus
Abraça só hoje
Amanha foi ontem para nós meu amor.


Foto: www.olhares.com/kp4050

Correio Urgente

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Não consigo escrever

Não sei mais que amor é este

Deixas-me apenas para trás

Se isso te liberta

Aquele que nunca mais verás

Que te deixou as flores

A terra debaixo dos teus pés

Vejo agora que afinal querias receber

Mas sem dares a tua face

Eu sei que vou direito ao fundo

Mas escrevo te por todo este caminho

Por tudo que te dei

Por tudo que me deste

E me fizeste desaparecer

Desta vez sei que vou direito ao abismo

Mas vou contigo …ride you alll de the way

Comigo levo apenas…uma simples memoria

Do que um dia me olhas-te

Sim hoje vou direito ao fundo …consegues senti-lo?

Mas se nem isto te faz sentir…

Não te preocupes...ainda estou a ver

A minha maior enchente…não tens de tentar

Roubo me a mim e a ti na minha mente


....Uma carta apenas sem destino



Foto:www.olhares.com/Gracinha

Um Desejo

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Sou apenas um boneco de trapos antigo
Sem já metade mim
Caído em descrença e esquecimento
Que apenas quer um abraço teu
De sentir o teu sorriso e te fazer sorrir
Fiquei dentro da tua caixa e não consigo sair
Deixas-te aberta...mas já não sei como voar
Ganhei raízes no teu amor...mas não floresço
Aguardo apenas que a luz que um dia vi
Me encha cada canto do meu corpo
Que abraces com ela com ela e me leves
Para longe desta caixa... que mais não é.....

Foto: www.olhares.com/Gracinha

O inicio

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Um dia perguntas-te como começou
Apenas disse que nunca mais seria igual
Mas tu nem isso duvidas-te
Não tiveste medo que te ama-se para sempre
Nem duvidas-te que eu fosse teu
Talvez por isso me enrolo em duvidas
Como podias tu aceitar tal coisa que eu não conhecia?
Intoxicado por amor sem saber porque?
E para ti tudo era tão simples
Tão fácil de aceitar...apenas querias me ouvir
Os meus desejos e sonhos de ti
Não percebia como te amava assim
Foi como um relampego
Na praia onde me retiro agora de ti
No lugar onde te comecei amar
Onde entro num vácuo de tempo
Não existe nada a minha volta
Nem as pessoas a rir no passeio
Não vejo nada...limito-me a fechar os olhos
Não vejo o mundo para me ver a mim
Preso num instante, sem passado nem futuro
Imóvel numa falha temporal
Onde posso ver o passado e o futuro
Nada me pode nesses momentos alcançar
Nem as pessoas que passam
As ondas do mar...o calor do sol
A areia nem parece estar presente
Apenas o vazio...a paz e lucidez de alma
Foi ai que te amei...viste trazida por alguma brisa
Por um raio de sol que entrou directamente no corpo
Que fez o pêndulo onde estava seguro cair para ti
Sem saber porque, não mais pensei em nada
E corri e corri.
Corri para ti..para te dizer amo-te
Sem dar explicações nem porquês...
Apenas porque não as tinha
E o que mais me assustou não foi o teu carinho
Tão pouco o teu amor por mim
Mas sim a tua falta de surpresa
Será que já sabias e não me disseste?
Já sabias antes de mim que eu te amava?
Se eu estava tão surpreso porque não estavas tu?

Foto: www.olhares.com/maryLanda

Medo de acordar

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Gostava de poder um dia simplesmente acordar
Ver o céu azul e as doces imaculadas nuvens
Sem ter de contemplar o verde...o teu verde
Perder esta vontade de te amar
Esta sombra verde que me agarra e prende
Que parece não querer dar espaço a mais nada
Nem a mim
Tantas as vezes que passei a ver te
Que acabei por te amar
Talvez os meus olhos só já gostem de verde
Não saibam mais apreciar outras cores e brilho
Gostava de um dia acordar sem escrever
De deixar te apenas em branco
Olhar para as folhas vazias e sorrir
Seres para sempre um livro por escrever
Algo que não deseja-se ler e voar
Simplesmente folhas soltas
Arrumadas numa qualquer prateleira
Vazias sem vida nem testemunhos do meu amor
Gostava de um dia acordar...mas não consigo
Gostava de te poder amar...mas não deixas
Gostava que não me amasses mas não consegues
Como eu gostava....

Foto:
www.olhares.com/Alba