Sem fé nem pecado

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Sou alguém que caminhou sozinho

Sem tempo para misericórdia, sem vontade de perdão

Remorsos algo que sou culpado de não ter

Tenho o cuidado de me proteger

Não quero ser infectado por algo que me diminui

Ainda assim não passo de uma doença social

Um imoral sem deus nem credo

Se estiver certo não perco nada

Se estiver errado perco tudo o que vivi

Perseguido por todos que me rodeam

Ergo paredes que me querem prender

Para o final que se aproxima vertiginosamente

Mas, e se eu sou realmente apanhado

Culpado de todos os medos

Sentenciado por algo que não acredito

Sou a mente rebelde...um fugitivo demente

Numa confiança perdida talvez....

Mas quem és tu para me julgar?

Se me fizeste a tua imagem....então nada é o que parece

A sujidade que me enche os olhos és tu

Nada mais que luxuria me deste

Repetido uma e outra vez numa verdade que não confessas

Numa sinfonia de duas mentes perdidas nesta cidade

Um purgatório que ninguém quer ouvir

Decides quem nasce e morre...eu apenas revivo esta tua lama

A tua ansiedade...Numa rua onde ninguém se da ao trabalho de dizer ola

As despedidas essas envoltas em cerimonias que se perdem no ar da memoria

Dizem o teu nome na escuridão da noite

Mas agora é muito tarde para te dizer que te abraço

Por isso escolho caminhar sozinho

Pois sei que se te apertar a mão

Tu vais me cortar os dedos

Não acredito no teu julgamento...afinal quem e que te nomeou juiz

Se tu decides quem é o culpado e a vitima

Encenas tudo num palco viciado

Em que as consequências recaiem apenas nos teus fantoches

Sou culpado apenas de me perseguir em pecados em que me deixas sem protecção

O que é teu e também meu

Se estiver certo ganho uma vida

Se estou errado perco tudo

Esta é verdade de quem aqui chegou sozinho

A verdade que te vai deixar de joelhos a ti

Enquanto eu te renego e caminho sozinho


Foto: www.olhares.com/Gracinha

6 comentários:

Marco Gomes disse...

Os teus textos são brutais! Os teus comments deixam-me sem palavras e a pensar! lol caraças pra ti mano! xD

Grande foto também =)

Abraço!

A Rapariga Assim Assim disse...

Fiz a catequese toda, as comunhões e até o crisma, apenas porque todos os meus amigos lá andavam e a minha mãe fazia questão. Quando comecei a "pensar por mim" afastei-me, não entendia porque se acreditava num ser do qual não era certa a existência. Depois morreu a minha avó, o meu amigo Rui, o Vítor... no dia do funeral do meu querido Pedro o padre disse que era um dia muito feliz! Feliz? Não estava ninguém feliz ali, ele não tinha sequer 30 anos!
Confiar a minha vida a alguém? Eu creio em mim e na minha força de vontade, nos meus desejos, nas minhas forças e até nas minhas fraquezas!
Já te disse hoje que gosto de ti? :p

Aguarelas. disse...

Oh, desculpa!
Só agora tive oportunidade de ver a surpresinha para mim! Obrigada! :)

A Coração disse...

Ninguém é ninguém para julgar ninguém. Reti isto do teu poema... fantástico como sempre.

Tânia Silva disse...

Sabes Deus é aquilo o que nós queremos acreditar.
Deus é manhã , é noite , é frio e calor. Mas não é um deus com um cajado de castigos e outro de leis. O Deus de ti mesmo és tu. A tua parte do consciente que se eleva para além da tua existência e te conforta quando pensas que tudo acabou . Neste mundo és tu e tu.
Mas não precisa de ser uma coisa má pois não?
(:
Obrigada pela surpresa , ja pus o link quando tiver tempo vou por a lista dos meus , muito obrigada.


Já agora passa pelo meu blog.
Beijinho*

Deusa Odoyá disse...

Olá amigo Edu.

Procures te te guiar e acreditar numa mão que o eleva para dentro de sua alma.
Éssa sua incerteza entre a razão e a mente.
Procure mais se dar do que receber.
Encontrarás a tua espiritualidade, pois ninguem segue o rumo de uma vida na solidão.
Vemos muito obstáculos mas nenhum que não possamos ultrapassar.
Pois segue a luz do seu espírito, aparando as réstias dolorosas.
Beijos e muita paz e luz .

Regina Coeli.