Sento-me ao lado de mim mesmo

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Desnorteado como sempre

Sento me numa armação de raiva

Tudo que me passa parece barro

Tudo que me atinge cheira a medo

Levitado pelas velas de pregadores vadios


Não me importa que fiques ou fujas

Perdi o juízo, leva-me para onde eu me perdi

Não me importa onde foi, desde que me encontres

Estou encostado na parede que me rouba o ar


O pequeno rapaz que cometeu um erro

Não quero saber, quero apenas frio e cinzento

Não me vejo nem me encontro, estou só

Apenas vi o meu reflexo e chorei da distância


Perdi a razão e não a encontro em lado nenhum

Deixo me ficar por aqui onde as paredes me atormentam

Onde as sombras dançam em nome da minha morte já ida

Mas não me importo, rompo por entre as chamas da loucura


Estou aqui ao lado de mim mesmo

A minha sombra cobre me o olhar no infinito

Estou sem vida ao lado de mim próprio

Como posso estar dentro de mim senão estas aqui?


Dá-me a tua mão antes caia novamente em mim

Abraça-me antes que desapareça fora de ti

Estou sentado na minha sombra morta

Puxa-me para ti, estas em mim, repleto de ti



Foto: http://www.olhares.com/Maddie

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