Inerte chama

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Desnorteado como sempre

Sou procurado pelos céus, crime por pagar alegremente

Fui para sul onde tudo é bem mais claro e brilhante

Não quero a passagem de um medo por resolver

Apenas que se resolva sem sombras nem mascaras


Porque é que tenho medo que esta sombra se avolume

Talvez porque nem todos têm esta sorte de ver o paraíso solto

Mas quem o criou? Porque não me afastou quando o alcancei?

Não posso pagar por ver o que descobri por intento curioso


Mas que medo é este que me impede de ir para onde devo

Vou para norte onde os ventos sopram mais de ti em dor

O frio da tua calma em tudo e em mim, sem saberes sou igual

Sombras obliquas mas com sentido de igual sem reflectir o paraíso


Tudo que avisto parece voar para o infinito

Mascaras postas para esconder o luto de alma

Quero libertar esse luto e voar para o céu

Mas parece que nada mais me resta que a chama do inferno


Terra morta sem sentido nem vida própria

Apenas se deixa pisar em silêncio com agradecimento

Sem desejo nem controlo de emoções debaixo do solo inerte

Apenas uma decoração do vazio da paisagem de raiva


Mas no fundo quer sempre que grites tudo

Tudo aquilo em que te escondes e desejas em silêncio

Anseia pelo teu grito, a tua voz e corpo vezes sem conta

Mata-me, enterra-me se quiseres, enlouquece-me pelo errado da vida

Mas deixa-me sentir o teu toque, o teu amor neste ultimo suspiro de areia inerte



Foto: http://www.olhares.com/Maddie

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