Livre?

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Preso a um espaço sem mais calor

Embalas-me mas sem a doçura de ontem

Dei-te esta parte de mim para segurares

Tal como seguro estas flores já mortas

Como eu, já não são o que eram suposto serem


Vagueio num suposto mundo cheio de vida

Mas cada passo que dou leva-me para o vazio

Memorias cada vez mais desfasadas

Pesadelos cada vez disparam mais certeiros

Gritam o teu nome na trajectória


Longe vão as sombras da solidão

Um vazio inerte percorre-me a pele

Morrer de alma vazia…inútil

Escondo-me de mim, dentro de mim mesmo

Sentir-te caminhar dentro de mim até a superfície


Assombro-me a mim próprio sem saber

Imóvel num corrupio dentro de mim

Giro fora do meu corpo e choro

Onde estou, que me vejo a sonhar

Deitado esperando o teu toque fora de mim


O teu silêncio marca o visível que me rodeia

A solidão faz me sombra ao corpo

Fútil e livre de sonhos de ti

Onde estou? Estou dentro de mim…só

É mesmo isto a que sabe ser livre…amarra me então.



Foto: http://www.olhares.com/mjamorim6

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