Paraiso sem cor

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Seja eu o caminho que me for entregue
Caminharei de olhos rasgados 
Onde o sorriso não rompe por entre o calafrio da saudade
A garganta enruga tudo o que te calo
Por mais que queira cansar a minha voz no teu ouvido
O colar de sonhos trava-me a respiração
Os olhos que tremem no raiar do dia 
Apontam para o caminho que não posso ir
As mãos seguram o peito já dele cada dia mais pequeno
Tem lá dentro apenas um pequeno desejo
De acordar mais um dia 
E descobrir que afinal ainda existe um arco íris
Um céu sorridente e uma primavera colorida em ti
Voltar a respirar as palavras imparáveis 
Que me faziam soltar as que te fazem dançar no olhar
Por vezes devia poder-se prender um no tempo
E voltar a ele sempre
Porque tenho dias que mais não vivo se não um passado
Ou será ele presente e futuro
Afinal o tempo é uma espiral sem pontas
Sem começo nem fim
Talvez se for bem dócil na viagem
Nem me sintas partir 
E me leves contigo nas noites dos intervalos de medos
E volte afinal numa memoria 
A um lugar de regresso eterno

Foto :http://www.flickr.com/photos/kestna/


4 comentários:

Tânia Silva disse...

Bem , e eu gostava era de ter mais tempo para tornar os teus poemas, confissões , desvaneios , uma leitura diária antes de dormir.
Entro em sintonia quando os compreendo com os olhos , quando eles invocam a alma.
Muito bom Edu, como sempre.
Um beijo e desculpa pela demora!
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µrsiŋђα Ѽ  disse...

A tantos caminhos em nossas vidas e as vezes nos perdemos.
Bsj de mel
ursinha

Aguarelas. disse...

Uiiim isto está diferente! Muito bem, gosto! Mas gosto ainda mais das fotografias que escolhes sempre. ^^

Euzinha disse...

Estou fartinha de dizer que se quisermos poderemos fazer do passado o nosso presente, e claro, com força e positivismos, o nosso futuro.
Mas tu não aprendes...

beijocas